terça-feira, 18 de outubro de 2011

Jovens contribuem para a RIO+20 na Conferência TUNZA


Mais de 1.400 jovens de 120 países se reuniram na cidade de West Java, Bandung — a terceira maior da Indonésia — entre os dias 27 de setembro e 01 de outubro, para participar da Conferência Tunza. O evento, criado em 2003, é uma estratégia de longo prazo para envolver os jovens em atividades ambientais e no trabalho do Programa das Nações Unidas pelo Meio Ambiente (Pnuma). A palavra tunza significa tratar com cuidado e carinho em suaíli (ou Kiswahili), língua africana oficial no Quênia, na Tanzânia, na Uganda e em outros países.
Na cerimônia foi consolidada a Declaração de Bandung, que contém pedidos, esperanças e apelos dos jovens aos líderes mundiais. A declaração será entregue na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, em junho de 2012.
Nos parágrafos quarto e quinto do documento, os jovens enfatizaram as promessas feitas e não cumpridas na Cúpula da Terra de 1992. Explicitaram que tanto o planeta como futuro deles, estão em perigo, e enfatizaram a impossibilidade de esperar mais uma geração, ou uma “Rio 40”, para que governos e iniciativa privada comecem a agir. [Leia a Declaração de Bandung completa em inglês]
Para representar a juventude do Brasil na Conferência Tunza, foram selecionados seis jovens entre três mil candidatos, com base em projetos ambientais que apresentaram e em seu envolvimento em atividades ecológicas. Entre eles, Iranildo de Sousa Ferreira e Daniel Isfer Zardo. Iranildo disse que é preciso entender o meio ambiente como parte do conjunto de temas orientadores das agendas de desenvolvimento e não mais um tema secundário ou periférico aos processos de tomada de decisão que orientam o crescimento econômico e o desenvolvimento social.
Entre os temas principais do evento, estava a questão dos empregos verdes, assunto que surge como grande desafio para a economia global, além de esforços para a erradicação da pobreza. Nesse sentido, Daniel Zardo disse acreditar que o acesso a empregos verdes deve estar no centro do debate sobre a sustentabilidade. "Temos que olhar para as nossas comunidades, nossa sociedade, nosso ambiente, e perceber que não podemos reduzir a pobreza ou proteger o meio ambiente, sem oferecer oportunidades de emprego verde, especialmente para os jovens. Isso é algo que os decisores políticos devem considerar, se quisermos que a economia verde decole".
Intitulado "Empregos verdes: em busca de um trabalho decente num mundo sustentável e de baixo carbono", o estudo feito pelo Pnuma, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e outras organizações, traz um amplo olhar para a emergência de uma "economia verde" e seu impacto no mercado de trabalho do Século XXI.
O estudo prevê a geração de pelo menos 20 milhões de novos postos até 2030 - 12 milhões apenas na indústria de bioenergia, onde o Brasil é um dos principais atores. O resultado econômico dessas mudanças será um mercado global de serviços e produtos "verdes" de cerca de US$ 2,74 bilhões em 2020.
A definição abrange uma vasta gama de profissões que de uma forma ou outra, estão ligadas à preservação de ecossistemas, à redução do consumo de água e energia e à mitigação ou prevenção da geração das diferentes formas de lixo e de poluição.
De acordo com estimativas do setor, o Brasil tem cerca de 500 mil pessoas trabalhando com biomassa, número que pode duplicar nas próximas décadas se houver sinalização política correta.
Achim Steiner, sub-secretário geral e diretor executivo do Pnuma, que participou de reuniões e debates da Conferência Tunza, falou sobre a importância da participação jovem na política. “Ao longo da semana passada, as vozes de 1.200 jovens falaram com paixão e eloquência em Bandung. Suas visões positivas, energia extraordinária e soluções criativas devem ser parte do diálogo sobre o caminho para a Conferência Rio+20. Representando metade da população mundial é vital que os seus esforços e insumos não sejam negligenciados”.
Steiner disse que os líderes devem ouvir com mais cuidado e atenção aos jovens. “A Conferência Tunza é o melhor antídoto para um mundo que continua a racionalizar o desemprego em massa, pobreza e destruição ambiental em nome do progresso econômico e parte da melhor esperança para uma Rio+20 transformadora".
O Pnuma também está apostando em plataformas de mídia social para continuar mobilizando jovens para a Rio+20, que deve receber dezenas de milhares de pessoas no Rio de Janeiro.

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